NEM CÃO ESCAPA DA VIOLÊNCIA DA PENHA "PACIFICADA". 
ISSO QUE É VIDA DE CÃO!

Esta é a Pretinha, cachorrinha que foi baleada em um tiroteio ontem na Rua 8, no Complexo da Penha. Como sua dona não tem possibilidades de criá-la, a deixa no abrigo do CAARP e de vez em quando ela é solta pelo abrigo para visitá-la. Pretinha sabe o caminho e vai sem problema algum e depois volta.

Na manhã de ontem, dia 23/04/2015, enquanto fazia este trajeto, Pretinha foi atingida por um tiro próximo ao coração devido aos constantes tiroteios na área que, no papel, está "Pacificada". Ela conseguiu chegar em casa e sua dona logo percebeu o sangramento. Correu de volta para o CAARP, para buscar socorro com nossa amiga Tania Silva, protetora, e logo foi feita a cirurgia e que salvou a vida desta amiguinha peluda.

Segundo a Doutora Izabela Berbert Fecher, Pretinha teve muita sorte em sobreviver, pois por pouco o projétil não atingiu o coração.

Agora, Pretinha virou estrela do bairro. Só hoje já foram duas entrevistas para grandes emissoras como SBT e Record. Aguentar um tiro no peito não é para qualquer um.

Pretinha passa muito bem e está se recuperando do susto. Ela é tão elétrica que mal deixou os repórteres trabalharem. Em um certo momento, enquanto a jornalista falava, Pretinha subiu em uns tijolos e ficou puxando a mão do câmera. Eles tiveram que interromper a gravação e recomeçar. Mas, graças a Deus, pois isso é sinal de muita saúde. Melhoras para você Pretinha!

A matéria no SBT será exibida hoje, a partir de 11h50. A da Record não temos previsão ainda.

O Abrigo conta com doações. ATENÇÃO! Quando falamos em doações, não estamos nos referindo a doações de animais e sim de mantimentos. Todos os abrigos já estão lotados de animais que foram abandonados por irresponsáveis e sempre carentes de doações úteis para o seu sustento.






Caso queira ajudar, aí vão os dados:
CAARP - (Centro de apoio aos animais de rua e particulares - Protetora Tania)
Precisamos de ração para cães e gatos, materiais de limpeza, antibióticos, gaze, etc. Voluntários também são muito necessários, seja qual for a área que puder ajudar, nossas portas estão abertas para trabalharmos juntos. O amor é imenso, mas as necessidades também!

Doações
Thais T. Martins 
Ag. 3325-1 
C/IP 100 6149-0
Bradesco
Telefone: 21 99372-3006
Falar com Tânia Silva

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NEM CÃO ESCAPA DA VIOLÊNCIA DA PENHA "PACIFICADA". ISSO QUE É VIDA DE CÃO!Link da matéria no...
Dentre muitos atores em nosso bairro, escolhemos um que se destaca por projetos que influenciam jovens da Vila Cruzeiro.

Veríssimo Júnior

Veríssimo Júnior é um artista completo, autor, produtor e ator, uma pessoa que muito contribui para o nosso bairro e que carrega a essência cultural das favelas da Penha no nome do seu grupo teatral, Teatro na Lage. Vamos conhecer esta figura ilustre.

1.Onde mora?
-Vila Isabel, mas já morei em vários bairros do Rio e o que morei mais tempo foi Santa Tereza. 

2.Quantos anos tem?
-Cinquenta anos.

3.Onde nasceu?
-Em Recife.

4.É casado?
-Não, sou solteiro.

5.Tem filhos?
-Não.

6.Qual sua formação?
-Tenho a graduação em artes cênicas e mestrado em educação.

7.Desde criança era ligado à arte?
-Acho que todo mundo é, de alguma forma ligado à arte. Teatro é uma arte que está aderida.

8.Quando exatamente iniciou nesta área?
-Com dezessete para dezoito anos, comecei a cuidar das festas de São João, no bairro onde morava em Recife. Neste evento comecei a me interessar pela parte dramática que era o casamento e de certa forma, isto teve um percurso na minha vida muito semelhante ao que o teatro teve na história da humanidade em geral, surgindo como parte integrante de festas cívicas ou religiosas e depois vai ganhando vida própria. A parte dramática das festas foi ganhando autonomia e comecei a tomar gosto. Ao mesmo tempo, tinha uma militância nos movimentos sociais, no partido comunista e a minha forma de militância era feita com teatro que na época chamávamos de agite próprio, teatros de agitação e propaganda, teatros panfletados, teatros como instrumento de lutas políticas, como um subproduto da minha militância. Depois, o teatro deixou de ser um subproduto da minha atividade política e foi virando a minha atividade política. Com vinte e cinco anos de idade resolvi estudar teatro. Entrei na universidade e paralelamente no curso de formação de atores da mesma universidade, que era um curso de extensão. Transferi-me para o Rio de Janeiro e concluí minha graduação aqui, na UNIRIO. Logo após, fiz o mestrado pra analisar algumas experiências de adaptação de tragédias de William Shakespeare para o cotidiano dos jovens moradores da vila cruzeiro.

9.Como veio sua ligação com a favela?
-Nasci em uma comunidade, em um bairro de periferia, Bairro de Peixinhos. Esta comunidade tinha uma estrutura semelhante às favelas do Rio de Janeiro e quando vim para cá, fiz concurso para professor do município. Há quinze anos e fui designado para trabalhar em uma escola da Vila Cruzeiro. A partir de então, comecei a fazer um trabalho para além dos muros da escola. Depois de três ou quatro anos criei um grupo de teatro com o objetivo de ampliar as ações desenvolvidas em sala de aula.

10.Qual escola?
-Escola Municipal Leonor Coelho Pereira.

11.Este grupo ainda existe?
-Existe, é o grupo Teatro na Lage, que faz residência artística na Arena Carioca Dicró.

12.Há quantos anos existe este grupo?
-Onze anos.

13.Qual o objetivo do grupo Teatro na Lage?
-Desde o início é promover um diálogo entre as manifestações culturais, as práticas cotidianas das favelas cariocas e elementos da dramaturgia universal. Fazer uma investigação da linguagem teatral, tentando fundar um teatro contemporâneo a partir das práticas cotidianas das favelas cariocas e tentar mostrar como estas práticas tem uma contribuição única para o teatro dos dias de hoje.

14.O grupo é voltado somente para alunos ou para qualquer pessoa que queira participar?
-Hoje temos dezoito pessoas fazendo residência artística no grupo Teatro da Lage. Sete são da formação inicial e onze são pessoas de todos os cantos da cidade, inclusive pessoas de classe média, pessoas de Niterói, de madureira, pessoas de todos os lugares. Não são apenas alunos das escolas, uma vez abertas as inscrições, qualquer pessoa pode participar.

15. Se não trabalhasse com teatro seria o que?
-As pessoas costumam dizer que todo artista tem sua segunda arte. Eu, de alguma forma, mexeria com música, apesar de ser muito desafinado e não ter muitas habilidades, mas é uma outra modalidade artística que me apaixona muito, tanto é que nos espetáculos que faço, a música ocupa uma centralidade muito grande.

16.O que te emociona?
-A forma com que os moradores da Vila Cruzeiro acolheram o grupo Teatro da Lage e fizeram deste grupo, o seu grupo. Temos uma plateia fiel, sempre presente que abraçou o grupo a ponto de ter um laço orgânico.

17.O que te faz feliz?
-O teatro me faz feliz.

18.O que te deixa triste?
-Injustiça é uma coisa que me deixa muito triste, a situação pela qual passam os moradores das favelas cariocas hoje, que se tornou um espaço militarizado. As desigualdades também me deixam muito triste.

19.Tem planos para 2014?
-Continuar a residência artística na Arena Carioca Dicró e produzir um novo espetáculo através deste trabalho.

20.Tem algum sonho?
-Uma sociedade justa, solidária.

21.Acredita em Deus?
-Sim.

22.Tem religião?
-Não sei se posso dizer que tenho uma específica, pois seria necessário ser iniciado nesta religião, mas a religião pela qual tenho simpatia, identificação e que pratico dentro das minhas limitações é o candomblé.

23.O que gosta na Penha?
-Da sua história, a contribuição que a Penha dá para a cultura carioca, a Penha como um dos berços do samba carioca, a festa da Penha, as pessoas da Penha e os inúmeros amigos que tenho.

24.Moraria na Penha?
-Não moraria, pois gosto de ter uma certa distância do meu local de trabalho, senão meu espaço fica muito restrito. Morar e trabalhar no mesmo lugar limitaria muito meu espaço de circulação, gosto de diversificar. Se não fosse este fato, moraria com muita tranquilidade, porque é um bairro que tem pessoas que gosto muito.

25.Qual sua visão sobre a cultura no Brasil?
-Acho que existem diversos problemas, o primeiro é o problema conceitual de se entender cultura apenas como grandes obras e não como um modo de vida. Acho que há outro equívoco de se pensar cultura apenas como uma questão de acesso e não como direito à expressão. As pessoas de origem popular são vistas apenas como consumidores e não como produtores e isto é desmentido pela história, pois os grandes criadores das grandes manifestações culturais do Brasil foram as classes populares, só que assim como em outros ramos da vida, existe uma expropriação. As pessoas de origem popular criam as coisas que no primeiro momento são desdenhadas, depreciadas e depois são apropriadas e transformadas em mercadoria e isto é um problema sério que existe na cultura do Brasil.

26.Acha que está melhorando?
-Sou otimista e acho que hoje existem coisas interessantes acontecendo e que tendem a olhar isto de outra maneira.
ACREDITE, ESTAS PESSOAS QUANDO TIRARAM ESTAS FOTOS, JÁ ESTAVAM MORTAS.
("Post Mortem" vem do Latim, significando "Pós Morte", ou após a morte.)
As fotos "Post Mortem" aparentemente tiveram origem na Inglaterra, quando a Rainha Victoria pediu que fotografassem um cadáver de uma pessoa conhecida, ou um parente, para que ela guardasse como recordação.
A partir desse momento, o "costume" lentamente se espalhou por diversas partes do mundo, sendo que várias famílias passaram a fazer a mesma coisa, guardando para si uma mórbida recordação do ente querido que havia partido.
Até os dias de hoje, por mais estranho que se possa parecer, em alguns lugares ainda se tem esse costume.
Durante o século XIX, o ato de fotografar os falecidos era bem mais comum, parecendo nos dias de hoje algo "mórbido" e sem sentido, mas naquele tempo se tornou um costume natural.
A fotografia já foi um artigo de luxo e antigamente os fotógrafos eram muito bem remunerados e valorizados. Nem todos tinham condições de pagar um fotógrafo, então esperavam até o último momento para gastar dinheiro com este recurso.
Pouco depois do ente querido falecer, os familiares juntavam uma quantia para que o fotógrafo registrasse o cadáver como se estivesse vivo. eram usados mecanismos por trás da pessoa com madeiras, parafusos, pregos, couro, etc, tudo que pudesse fazer a pessoa ficar o mais natural o possível.
Na maioria das vezes, o que você pensa que são olhos abertos, são bolinhas colocadas nas pálpebras ou pinturas, para parecer que os olhos estão abertos.
Hoje isto é bizarro, mas imagine-se naquela época, onde poucas pessoas tinham uma máquina fotográfica e as que tinham, se sustentavam trabalhando como fotógrafos.
No nordeste do Brasil, até pouco tempo atrás, era normal pessoas tirarem fotos junto ao caixão do ente querido. É somente uma prática semelhante a esta que vimos acima, mas que também se classifica como post-mortem.
Existe um filme famoso sobre esta prática chamado "Os Outros", muito bom.
Assista ao trailer
 Os Outros
Eu nunca fiz uma foto Post Mortem, mas faria e se alguém se interessar é só me chamar.
Tania Silva. (Ponto)
Quem conhece sabe que é uma daquelas pessoas que vieram ao mundo para fazer o bem. Protetora de animais que não quer os holofotes em si mesma e sim, nos nossos amigos peludos. Se todos amassem como ele, o mundo seria um lugar bem melhor.

Um dia, fui gravar um vídeo no abrigo e ela estava cuidando até de um pombo que havia se ferido em linha de pipa. Então foi naquele dia que realmente conheci seu trabalho, que também era seu lazer e sua vida... Amar Incondicionalmente.

Se existem pessoas que devemos admirar, Tania é uma delas. Realmente luta pela vida do que a sociedade rejeita. Enquanto estamos envoltos em nossas paixões por animais de raça, bonitinhos e pagamos caro por eles, ela paga caro também, mas pelos vira-latas, mau tratados, atropelados, mutilados, famintos, cheios de parasitas, etc.

Tania é uma daquelas mulheres guerreiras que te fazem parar e pensar: “Eu não vou desistir, porque a Tania não desiste nunca”. Ou seja, não só tem forças de sobra, como dá forças através de seus exemplos. Usar frases de comerciais como forma de motivar é fácil, difícil é viver o que esta frase diz. Ela simplesmente vive.

Leiam esta pequena entrevista que fiz com ela: (Dados para doação estão no final do texto)
1.O que você faz para melhorar o lugar onde vive?
-Sou protetora de animais e criei um abrigo para cuidar de animais abandonados ou até mesmo particulares que tenham algum tipo de problema.

2.Tem problemas em dizer a idade?
-Não, tenho 47 anos.

3.Como o ano está começando, quais suas metas para 2014?
-Vacinar todos os animais, ter uma pessoa fixa para me ajudar, terminar as obras no abrigo, que não concluímos em 2013, e melhorar sempre.

4.O que te faz feliz?
-Cuidar dos meus filhos, cuidas dos animais, ser feliz com todo mundo. Até os que torcem o nariz pra mim, eu dou bom dia, por que eu tenho Deus no coração e sou feliz!

5.Qual foi o momento mais feliz da sua vida?
-Iii Jesus... como que eu vou saber?! Rsrsrs... Porque tudo que eu faço é motivo de felicidade, então eu vivo sempre feliz. A resposta para está pergunta, eu não sei!

6.Qual o momento mais triste?
-Isso aí eu lembro! Uma vez eu só tinha cinco quilos de ração para alimentar quarenta e poucos animais. Naquele dia fiquei triste.

7.Você acredita em Deus?
-Com certeza, Deus é a razão da minha vida, sem Deus eu nem existiria!

8.Qual a maior dificuldade de ser uma protetora de animais?
-Ter boas condições para poder oferecer aos animais que resgato. Se eu trabalho para ganha dinheiro, não consigo cuidar bem deles e se eu cuido deles não tenho tempo para trabalhar, então conto muito com a ajuda de doadores para melhorar a infraestrutura do abrigo.

9.Você acha que as pessoas estão mais preocupadas em doar animais do que mantimentos para ajudar o abrigo?
-Temos mais pessoas abandonando animais e menos pessoas preocupadas com eles. Se você analisar todos os abrigos têm problemas financeiros, mas eu agradeço a Deus pelas pessoas que me ajudam, porque sem eles eu não poderia fazer este trabalho. Os animais estão todos tranquilos, porque estão todos alimentados e estão alimentados porque alguém doou ração e por isso eu agradeço muito.

10.Como começou a cuidar de animais?
-Sempre gostei de animais e no ano de 2000, minha amiga começou a reunir animais para castração e eu comecei a ajudando a reunir animais para completar o número e ela teve que parar este trabalho por causa dos estudos, mas eu continuei porque não gosto de deixar nada pela metade.

11.Quais animais você tem aqui no abrigo?
-Cães e gatos, mas já tive cavalo e tartarugas também.

12.Este seu trabalho com animais atrapalha sua vida pessoal?
-Sim, com certeza! Todo trabalho social necessita de dedicação e eu tenho que dividir esta dedicação com o meu trabalho, o trabalho no abrigo e meus filhos, mas acabo dedicando mais aos animais, pois eles estão mais necessitados.

13.Quais doações são mais bem-vindas no abrigo?
-Rações, luvas, gazes, antibióticos, anti-inflamatórios, produtos de limpeza, vassouras, rodos, panos, baldes, etc.

14.O que a Penha é pra você?
Eu amo a Penha, porque minha história foi construída aqui. Não penso em sair daqui até o fim da minha vida!

>>>>>Precisamos de ração para cães e gatos, materiais de limpeza, antibióticos, gaze, etc. Voluntários também são muito necessários, seja qual for a área que puder ajudar, nossas portas estão abertas para trabalharmos juntos.

O amor é imenso, mas as necessidades também!
Doações
Thais T. Martins
Ag. 3325-1
C/IP 100 6149-0
Bradesco
Telefone: 21 99372-3006
Falar com Tânia Silva

Hoje é dia 25 de Dezembro de 2013, Natal. Peguei minha câmera e coloquei na mochila com rabanadas. Passei na casa do meu irmão e perguntei se ele tinha mais coisas para eu levar para moradores de rua da Penha, então me deram mais rabanadas e panetones, pois são alimentos menos perecíveis.
Leia a entrevista que fizemos com Pe. Serafim há um ano atrás:
Homem íntegro, com uma responsabilidade enorme, Padre Serafim Fernandes é também humilde e não exitou em responder minhas perguntas que, apesar de muitas, não deixou nenhuma em branco.
1.Quantos anos o senhor tem?
-57 anos.
2.Nasceu aonde?
-Portugal.
3.Quantos anos tem como Padre?
-Vinte e oito anos.
4.Quando percebeu que tinha este chamado?
- Aos dezessete anos.
5.O que é amor para o senhor?
-É a atitude de uma pessoa se preocupar e colaborar com a felicidade dos outros.
6.O que é fé?
-É a atitude de confiança na força superior que é Deus.
7.Qual foi o dia mais feliz da sua vida?
-Dia da minha ordenação sacerdotal.
8.O Senhor tem algum plano para 2014?
-Avançarmos para o início da construção de um novo santuário.
9.Algum evento engraçado durante uma missa ou cerimônia?
-Em um casamento que o noivo era bem mais baixo que a noiva, parei na frente dos dois, por detrás do altar e sem perceber pedi para que ele se levantasse, pois havia um banco para os noivos também. Ele levantou as mãos e disse: Opa! Já tô em pé, Já tô em pé!
10.Algum evento emocionante durante uma missa ou cerimônia?
-Sempre me emociono com a abertura da festa de Nossa Senhora da Penha e a apresentação anual do novo manto.
11.O que mais gosta na Penha?
-Quando o santuário está cheio de gente.
12.O que faz nas horas vagas?
-Leitura.
13.Tem algum sonho?
-A construção de um novo santuário de Nossa Senhora da Penha.
14.Onde seria este novo santuário?
-Em frente a que já existe só que no plano inferior. Claro que manteremos este que já existe.
15.O que acha das pessoas que pagam seus votos subindo as escadarias de joelhos?
-Não julgo ninguém. Cada um sabe o porque fez a promessa.
16.O senhor já foi ao Vaticano?
-Sim.
17.Uma dúvida que muitos tem, porque o Papa ainda não veio na Igreja da Penha?
-Não sei.
18.Qual seria sua reação se ele aparecesse de surpresa aqui?
-Ficaria muito feliz!
19.Acha que um dia haverá a possibilidade de um Papa brasileiro?
-Com certeza.
20.Algum dia o senhor já pensou em desistir do sacerdócio?
-Graças a Deus, nunca me arrependi, nunca pensei em desistir. Desde que decidi entrar para o seminário, quando tinha 17 anos, fiquei 11 anos estudando, nunca tive a tentação de abandonar. Depois de ordenado, também nunca me arrependi e graças a Deus, o que mais desejava na vida e o que gosto é de ser Padre.
21.Mas se o senhor não fosse Padre, seria o que?
-Nunca pensei nisso!
22.Onde cursou o seminário?
-O seminário menor, fiz em Portugal e o restante concluí aqui no Rio.
23.O que é preciso para alguém se tornar Padre?
-Eu atribuo a minha vocação, como sendo um chamado de Deus, pois me senti chamado por Ele. Após este meu chamado, manifestei meu desejo a minha família, amigos e ao meu pároco. O pároco fez uma avaliação para ver se tinha o perfil adequado e me recomendou ao seminário. No seminário fiz um estágio de três dias e passei, pois nem todos passam, fui admitido pelo seminário e fiquei onze anos.
24.São onze anos de seminário?
-Depende do grau de estudo de cada seminarista. Se o seminarista já tem o ensino médio completo, fica aproximadamente seis anos. Fiquei mais do que isto porque ainda não tinha meus estudos completos.
Antigamente era assim, mas hoje só se admitem seminaristas com o ensino médio completo.
Fiz o seminário maior na PUC, onde estudamos filosofia e teologia. Durante este período todo os superiores nos avaliam se temos aptidão para o sacerdócio.
25.Veio para o Brasil com quantos anos?
-Quatorze anos. Depois voltei para Portugal, para fazer o seminário menor e fiquei quatro anos e voltei para o Rio, para concluir.
26.O que acha de mais peculiar no povo brasileiro?
-A acolhida, essa facilidade de aproximação. O povo brasileiro é muito acolhedor e foi isso que me fez voltar para o Brasil, pois poderia muito bem ter continuado meus estudos lá em Portugal, assim como meus outros colegas. Como antes de voltar para o seminário em Portugal, me identifiquei muito com o povo brasileiro, especificamente o carioca, decidi voltar para o Brasil.
27.Depois de ordenado a Padre, qual foi sua caminhada até chegar ao santuário da Penha?
-Trabalhei, ainda como seminarista, na paróquia de Santa Luzia, em Honório Gurgel; depois fui para Padre Miguel, na paróquia Maria Mãe da Igreja e São Judas Tadeu e simultaneamente trabalhava em uma paróquia em Guaratiba. Quando me ordenei a Diácono, que é um estágio antes de Padre, trabalhei na paróquia do Divino Espírito Santo, em Realengo; depois fui para a paróquia de São Francisco de Assis, em Senador Camará.
Quando minha mãe ficou doente, o Cardeal Dom Eugênio Sales, me permitiu ficar um tempo em Portugal, para dar assistência à minha mãe. Então trabalhei em uma paróquia lá na diocese de origem.
Voltei e fui pároco no Leblon, na Paróquia dos Santos Anjos; depois do Leblon é que vim para o Santuário de Nossa Senhora da Penha.
28.Como é ser Reitor de uma instituição tão icônica, não só para um bairro, mas para o Rio de Janeiro?
-Em primeiro lugar, me sinto privilegiado por trabalhar em um lugar referencial, que não é uma referência só para o Rio não, mas para o mundo inteiro, pois aqui param ônibus de todas as partes do mundo. Com todo respeito aos outros santos, me sinto privilegiado também porque ele é dedicado a Nossa Senhora a quem tenho uma devoção muito grande.
Depois, acresce a responsabilidade que carrego aos ombros, pois visto a distância, parece ser uma instituição pequena, mas quando se chega mais perto, percebe-se que é gigantesca. Para você ter uma ideia temos aqui mais de cento e trinta funcionários, contando os que trabalham efetivamente no santuário e os que trabalham em nosso colégio, Nossa Senhora da Penha.
29.Qual trabalho de assistência social é prestado pelo santuário?
-Centralizamos nosso trabalho de assistência em forma de educação. Nosso Colégio Nossa Senhora da Penha, tem vários alunos bolsistas e temos até professores que estudaram em nosso colégio como bolsistas e hoje dão aula, mas claro, sendo remunerados. Também temos uma equipe de caridade na igreja, que tem como finalidade, prestar a assistência social. Fora outros trabalhos, comuns aos das outras instituições.
30.Há quanto tempo o senhor é Reitor do Santuário?
-Há dezessete anos.
Direitos de uso, reservados à Penha RJ.

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